Não é legal, não é gostoso, nem um pouco interessante. Então como pode o Espírito nos levar a um lugar tão sem graça?
Quando estamos no deserto nos sentimos abandonados por Deus. Poxa estamos sofrendo, tudo é difícil, onde está Ele que me trouxe pra cá e parece que me esqueceu aqui, tudo é tão difícil que não consigo ouví-lo, apenas ouço o meu lamentar e o meu clamor...
Nesse momento vejo o quanto o ser-humano é limitado, pois Aquele que nos levou até lá é quem está nos guiando, quem conhece nossas angustias, nossas dores que intercede com gemidos inespremiveis por nós ao Pai. Em momento algum Ele nos abandonou.
Pelo contrário, ele nos trouxe uma coluna de fogo para nos esquentar nas noites frias e pra que soubéssemos que Ele estava lá, Ele nos enviou uma nuvem durante o dia para nos proteger do sol, ele cuidava dos detalhes que nem percebíamos, pois a dor, a angustia nos segava. Estávamos muito ocupados reclamando ao Pai e de sua ausência.
Mas aí ele me mostrou que o deserto era pra ser um tempo intimo entre nós dois (Oséias 2.14), não tinha nada pra ver ou desfrutar no deserto, apenas Sua presença e aos poucos fui envolvida por Seu amor, observei que poucos eram levados ao deserto: Moisés, João Batista, Jesus... Passei a agradecer pelo tempo que estavamos no deserto, e a presença Dele se tornou um enorme manancial pra mim. Como estavamos só nós dois lá, passei a enxergá-lo de uma maneira nunca imaginada antes, vi que Ele tinha planos grandes pra minha vida (Isaías 55.8 e 9), que eu precisava de estrutura pra viver os Seus planos e lá do deserto, que já era um manancial, estava recebendo essa estrutura.
Quando paramos de ver apenas nós, quando passamos a dar ouvidos ao Espírito, o nossa deserto se torna um maravilhoso manancial.